quinta-feira, 2 de maio de 2013

Aquela musica aleatória que me faz lembrar de você, de mim e de nós.


Coloquei meu iPod no modo aleatório e de repente começou a tocar uma música que já não ouvia há algum tempo. Comecei a prestar atenção na letra e era estranho como combinava com tudo aquilo que eu estava passando. Foi como se todos aqueles sentimentos estranhos e vazios que não conseguiam ser entendidos, fossem postos em uma ordem de cartas de baralho sobre uma mesa reta. Sem qualquer desvios ou pedras atrapalhando. O mais interessante foi que procurei lembrar da primeira vez que a tinha ouvido, e não conseguia entender o que a letra queria dizer e agora, é como se fosse a trilha sonora da minha vida. O.k., talvez eu esteja exagerando, mas diria que um pouco afinal, você faz parte dela.

Talvez eu já soubesse a muito tempo e não quisesse admitir, ficava buscando desculpas para empatar o que já estava escrito. Agora, era tudo muito claro e, provavelmente, a pior parte. Aceitar. Ou então a pior parte vinha logo após, pois aceitando, era a mesma coisa que receber um aviso prévio ao sofrimento. Não que eu já não estivesse sofrendo, mas a dor era menor, pelo menos era o que eu pensava.
Quem sabe eu não precise admitir? Já estava prestes a conseguir empurrar tudo aquilo lá pra dentro, talvez reprimir mais um pouquinho e... pronto! Quem sabe eu não conseguiria fechar meu coração do mesmo modo que a Jane Nichols (aquela personagem de "Vestida para Casar", lembra?) conseguiu colocar 27 vestidos naquele minúsculo armário? E com isso vem a frase do Kevin Doyle: "Isso é um desperdício de espaço em Nova Iorque." E se realmente for? Acho que é um desperdício mesmo, sofrer por alguém que nem lembra que você existe.

Se alguém lesse esse texto pra mim há uns dois dias atrás, eu provavelmente diria o mesmo. Mas é engraçado como a gente nunca pensa direito a respeito a não ser que esteja acontecendo com nós mesmos, não é?

O que estou esquecendo de lembrar é que para Jane ter feito o seu final feliz acontecer, acabou tendo que esvaziar o tal armário. O que me leva a pensar, não adianta você empurrar pra dentro ou puxar pra fora, é assim que o mundo funciona. Você não consegue, e nem mesmo pode, fugir da dor, porque é ela que vem atrás de você. Ela te marca, te deixa sem saída e acaba que temos de lidar com ela, querendo ou não.

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